Não tinha a intenção de publicar Fanfics aqui, mas não consegui dormir essa noite e acabei escrevendo algo de que gostei. :)
Sempre me perguntei como ficou a relação de Gabrielle e Eva depois de Motherhood, na série eles parecem ter esquecido que quando Eva era bebê Gabrielle a considerava uma filha... Sei lá, sempre achei que devia ter um capítulo reconciliação entre elas.
Essa fic é sobre como a Eva se sente em relação a morte de Xena e sua relação com Gabrielle, as amazonas, e a si mesma.
Essa fic se passa 6 meses após a morte de Xena.
Parto do princípio de que Xena e Gabrielle eram um casal, e de que Gabrielle continuou amando Eva como um filha, mesmo depois dos acontecimentos de Motherhood.
Tem um pouco de Eva/Varia... Mas não é nada de mais, não é uma fanfic de romance.
Tive que dividi-la em duas partes porque escrevi mais do que tinha imaginado (queria ser produtiva assim nos trabalhos da faculdade...)
Enfim, espero que gostem. o/
Sempre me perguntei como ficou a relação de Gabrielle e Eva depois de Motherhood, na série eles parecem ter esquecido que quando Eva era bebê Gabrielle a considerava uma filha... Sei lá, sempre achei que devia ter um capítulo reconciliação entre elas.
Essa fic é sobre como a Eva se sente em relação a morte de Xena e sua relação com Gabrielle, as amazonas, e a si mesma.
Essa fic se passa 6 meses após a morte de Xena.
Parto do princípio de que Xena e Gabrielle eram um casal, e de que Gabrielle continuou amando Eva como um filha, mesmo depois dos acontecimentos de Motherhood.
Tem um pouco de Eva/Varia... Mas não é nada de mais, não é uma fanfic de romance.
Tive que dividi-la em duas partes porque escrevi mais do que tinha imaginado (queria ser produtiva assim nos trabalhos da faculdade...)
Os personagens não me pertencem, isso é só uma obra feita de fã para fãs, sem nenhum fim lucrativo.
Convicções
Eva estava sentada de baixo de uma árvore, de frente para um enorme penhasco.Ela tentava fingir que meditava e que nada a incomodava. Mas, vez ou outra, abria os olhos e espiava ligeira para os lados, esperando que alguém aparecesse e a interrompesse.
"Agora você esta sozinha de novo." Ela ouviu uma voz dizer.
"Não é ridículo? Vinte e cinco anos sem ela, aí ela aparece, muda tudo e se vai...".
Eva balançou a cabeça tentando afastar a voz.
– Não foi isso que aconteceu... Ela se sacrificou... Para salvar...
"Aah para de besteira! Você sabe que não é assim! Ela se foi por que quis. Ela apareceu na sua vida porque quis, mas, quando te conheceu, preferiu morrer a estar do seu lado!"
– CALA A BOCA!!! – Eva gritou a todo pulmão ao abrir os olhos.
Não havia ninguém lá.
A dor estava voltando. Sentiu seu peito apertar, estava ficando difícil respirar. Dolorosamente, as lágrimas começavam a se formar no canto de seus olhos.
Xena estava morta. Depois de tudo... Ela simplesmente fugiu de seu alcance novamente.
Já fazia seis meses que Gabrielle apareceu. Ela não precisou dizer nada. A notícia já tinha corrido o mundo. Gabrielle a olhou nos olhos e não conseguiu dizer nada. Eva a abraçou, não sabia se o abraço era para consolar a si mesma ou a outra mãe.
Ficaram juntas por um tempo, mas, diferente do que imaginava, Gabrielle, não conseguiu se adaptar à vida tranquila que Eva estava vivendo. Ela pediu desculpas e partiu, para algum lugar da África, talvez Ásia. Eva não tinha certeza, não leu nenhuma das cartas que sua mãe mandou, não conseguia...
"Ela te abandonou também" Eva suspirou, não conseguia afastar esses pensamentos de sua mente.
"Mas também, ela nunca gostou muito de você.".
Seu peito apertou um pouco mais, ela sabia onde isso ia dar.
"Você matou Joxer, as Amazonas, seguidores de Eli. Basicamente, as pessoas que ela amava".
A morena se levantou. Não podia continuar ali, precisava ir para algum lugar, precisava correr, se esconder, sumir de alguma forma.
Andou, sem rumo, pela estrada de barro. O sol era manso sob sua pele e o vento lhe causava arrepios.
"Você nunca nem se desculpou.".
– Isso não é verdade... – Sussurrou para si mesma.
"Sério? Você pensa assim mesmo? Quanta hipocrisia da sua parte.".
Ela não tinha como fugir, sua culpa a consumia, era culpa das mortes, era culpada de não ter passado mais tempo com Xena, era culpada por desapontar tanto Gabrielle.
Seu estômago começou a roncar, quando foi a ultima vez que comeu algo? Onde era a cidade mais próxima? Eva não tinha a mínima ideia. Também não se importava muito.
"A parte mais ridícula de tudo, é que você nunca nem teve coragem de chamá-la de mãe, não é? Agora ela se foi também... Por que ela ficaria com você? Só serviria para lembrá-la das coisas ruins que você fez. Ela provavelmente se culpa, da mesma forma como Xena se culpava.".
O frio começou a apertar à medida que o sol se ia. Não havia nada a vista, tudo estava calmo, alguns animais pequenos passavam correndo pelas árvores, talvez fossem pássaros, ou algum tipo de macaco. Nada que merecesse muita atenção.
Eva percebeu que precisava parar e montar acampamento. Mas parecia algo trabalhoso demais. Ela preferiu continuar andando.
"Percebe que, agora, você nem pode dizer que esta tentando honrar a memória de Xena, né?”
– Cala a boca. – Eva sussurrou.
"Não, é verdade! Ela se foi e você desistiu de tudo, Eli, os seguidores a palavra do amor, tudo! Ela teria vergonha de você!"
Agora não dava mais para impedir. As lágrimas rolaram... Caiu de joelhos e cobriu o rosto com as mãos. Não dava mais para suportar o fardo. A vergonha, a dor. Tudo era muito grande naquela hora, não dava para segurar mais.
Seu, muito bem treinado corpo, percebia algo anormal mais atrás da estrada. Seus instintos a diziam que alguém se aproximava, a cavalo, chegaria em alguns minutos, e que ela devia correr ou pelo menos sair do meio da estrada.
Esse alguém a vinha seguindo já há duas semanas, no início achou que era só uma pessoa qualquer pela estrada, mas com o tempo percebeu que seus caminhos nunca se separavam. A cada dia que passava, sua dianteira do perseguidor diminuía. Ela conseguia andar cada vez menos. Em nenhum momento se interessou em descobrir quem era e mudava de rota bruscamente para que a pessoa perdesse seu rastro. Mas seja lá quem fosse, era inteligente e sabia o que esta fazendo, e em nenhum momento ficou mais de um dia atrás de Eva.
Ela se levantou muito brusca, ia se esconder atrás das árvores e despistar seu perseguidor. Mas sentiu seu corpo fraquejar. De repente sentiu que deveria ter comido alguma coisa. Sua visão ficou turva, não conseguia mais ter muita precisão em seus movimentos.
Ela ate conseguiu sair da estrada, mas sua visão apagou e ela caiu.
Quando acordou o céu estava negro. As nuvens impediam a visão de qualquer luz das estrelas, sentia as pequenas gotas de chuva caindo por seu corpo, era só o começo, logo a chuva seria intensa, e dura.
Podia sentir calor emanando ao seu lado. Ao virar-se encontrou uma pequena fogueira, suas labaredas pareciam começar a batalha contra os, cada vez maiores, pingos de chuva. Mais atrás havia uma mulher, alta cabelo escuro, que tentava, quase desesperadamente, montar um abrigo perto das árvores.
Eva considerou que não devia estar ali. Quem era aquela pessoa e o que queria, não importava. Ela tentou se levantar, mas deve ter feito muito barulho, porque a mulher virou rapidamente para ela. Seu rosto pareceu muito familiar, mas Eva parecia não ser capaz de entender nada naquela hora.
Os grossos pingos de chuva que agora caiam sobre ela, ardiam em sua pele. Ela devia estar com febre, provavelmente bem alta. Não conseguiu se mexer e sentiu tudo escurecendo novamente.
A mulher se aproximou dela e começou a movê-la para o abrigo improvisado.
Já estava tudo preto novamente.
Uma sensação de paz inundou sua mente. Ela com certeza estava sonhando.
Em uma taverna, Xena e Gabrielle estavam animadas conversando sobre algo.
Gabrielle virou-se para a filha. "Você devia pegar mais leve com esse vinho Eva! Já esta muito feliz já!"
"Deixa a menina, Gabrielle. Ela já tem 25 anos!" Xena retrucou rindo.
Eva riu.
"Então, para onde vamos agora?" Gabrielle perguntou.
"Eu não sei... Estava pensando em um lugar mais calmo." Xena respondeu tomando outro gole de sua bebida.
"Calmo? Ora vamos, eu quero festejar um pouco!" Gabrielle respondeu chateada.
Xena riu "É eu sei. Você adora uma ‘festinha’". Xena disse obscenamente para a loira.
"Xena!" Gabrielle a reprendeu e indicou com a cabeça que Eva ainda estava ali.
A filha riu. Estava divertida com a animação das duas mães a sua frente. Sentia-se em paz.
Mas, aos poucos, foi percebendo que havia alguma coisa errada. “Não tinha acontecido algo ruim?” Uma preocupação tomou seu peito. "Eu não devia estar me preocupando com alguma coisa?". Olhou para suas mães novamente. Elas não estavam mais rindo, ao contrário, a encaravam muito sérias.
O pânico se instalou em seu peito.
– O que foi? – Ela perguntou insegura.
Xena e Gabrielle se levantaram de suas cadeiras, derrubando-as no processo, Xena jogou a mesa pro lado.
"COMO OUSA OLHAR EM MEUS OLHOS?" Sua mãe começou a gritar.
Eva começou a andar para trás, assustada.
"ACHA QUE NÃO SEI O QUE VOCÊ FEZ? SABE TUDO O QUE TIVE QUE PASSAR PARA TE MANTER VIVA!"
– M-mãe eu... – Olhou em direção à Gabrielle, mas esta desdenhava dela.
"EU MESMA DEVIA TER MATADO VOCÊ"
Eva estava acuada contra a parede. Xena já sacava a espada.
Mas uma lâmina atravessou o peito de Xena e quando seu corpo caiu duro no chão, Eva pôde ver a si mesma, em seus trajes romanos, limpando o sangue da espada.
"O que foi? Não era isso que eu devia fazer?" Lívia perguntou sorrindo.
Eva abriu os olhos.
Onde estava? Sentou-se rapidamente. A chuva caía forte, estava sentada sobre algumas camadas de pele, com um leve lençol cobrindo suas pernas.
– Você esta bem? – uma voz familiar perguntou.
Eva olhou em direção a voz, e por um momento, não tinha certeza se tinha acordado de verdade.
– Vária? – Ela estava confusa. – Era você que estava me seguindo?
– Eu não chamaria dessa forma.
Varia estava sentada num tronco do outro lado do abrigo, diante de uma nova fogueira, a antiga na tinha sido derrotada pela chuva. A amazona vestia uma roupa de frio que parecia não dar conta da atual temperatura. Eva logo entendeu que estava deitada sobre os casacos da amazona.
– Aqui, come isso. – Ela estendeu uma vasilha com um caldo fumegante.
Eva tinha fome, muita, mas a ideia de por qualquer coisa na sua boca embrulhava seu estômago.
– Eu não estou pedindo. – Varia disse pontual, antes que Eva pudesse recusar.
Eva não protestou. Pegou a vasilha e aos poucos foi bebendo o líquido.
– Então... Eva começou sem graça e ainda um pouco confusa – O que você esta fazendo aqui?
Varia estava servindo a si mesma do caldo fumegante, mas parou e olhou a outra mulher para responder.
– Eu é quem devia perguntar... O que diabos você tá fazendo aqui? Quase morta à beira da estrada... Fugindo cada vez que eu me aproximo...
– Bem, eu... – Eva não conseguiu responder porque Varia a interrompeu.
– Sabe há quanto tempo eu tô te procurando? – Varia começava a ficar nervosa – passei dois meses perdida, vagando por aí, até achar alguma pista de onde você estava e aí quando finalmente acho seu rastro você fica brincando de se esconder! – Varia estava nitidamente irritada, mas parecia estar mais emotiva do que percebia estar.
Eva ficou em silêncio um minuto... Não sabia ao certo como responder...
– Mas... Por que você esta atrás de mim? – Eva perguntou sem realmente ter nenhuma noção da resposta. Da ultima vez que viu a amazona, sua mãe, Xena, tinha acabado de impedir que ela a matasse.
Varia ficou surpresa com a pergunta, como se por um minuto tivesse esquecido que não tinha como Eva saber.
– Ah... Certo. Gabrielle me pediu ajuda... Para ajudar a te procurar... – Ela disse se ajeitando no tronco.
Só de ouvir o nome de Gabrielle, o estômago de Eva revirou e ela teve que segurar para não por para fora tudo o que acabara de ingerir. O gesto foi percebido por Varia, que pareceu se preocupar por um momento, mas depois soltou uma exclamação de graça.
– Você tá horrível. – Ela disse rindo.
Eva não se sentiu confortável com o comentário, Varia percebeu e ficou sem jeito.
– Ela tá me procurando? – Eva desviou o assunto.
Varia a encarou, perplexa.
– Você acha que pode sumir sem ninguém dar conta?
– Eu...
– Você sumiu... Ela tá desesperada. – Fez uma pausa – Já está te procurando há uns três meses. Apareceu na tribo perguntando se sabíamos de algo, disse que você não respondia as cartas e que tinha se separado do grupo de seguidores de Eli com quem andava.
A culpa foi tomando o peito de Eva, era só que faltava, ela desapontou e preocupou novamente a mãe. Ela tinha guardado todas as cartas que recebeu, não tinha como saber se eram todas as cartas que Gabrielle havia enviado, mas deviam ser umas 10 ou 12 cartas. A culpa a tomou por completo, o que era irônico já que foi exatamente a culpa que a fez ter medo de abrir os envelopes.
Eva se distraiu com Varia assoprando o caldo para tentar bebê-lo, foi quando lhe veio em mente:
– Por que Gabrielle achou que vocês sabiam onde eu estava?
Varia ficou perplexa novamente.
– Você não recebeu as cartas?
Eva sentiu seu desconforto aumentar, ficou hesitante e acabou não conseguindo responder.
– Tá, olha... Eu tenho certeza que você esta passando por muita coisa. – Varia disse - Eu... Sinto muito... Você sabe, por Xena.
– O-obrigada.
– Amanhã mandarei um pombo, avisando que te achei, e então voltamos para tribo, ok?
Uma insegurança muito forte bateu em Eva, mas ela acabou decidindo que precisava confiar que Varia a ajudaria a reencontrar Gabrielle numa boa.
– Está bem.
Continua...
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